Refletindo esses dias me dei conta de que, enquanto os meios de comunicação mostram pra gente, em tempo real, as coisas que acontecem pelo mundo a nossa volta, a maioria a nossa revelia, aparentemente, causam pouca transformação na rotina. Todo dia, acordar, tomar café e ir ao trabalho, frequentar uma academia ou caminhar, depois dos alertas do médico para não sofrer AVC ou morrer de infarto, são processos contínuos, por anos, de uma vida previsível e visível aos olhos doutrinados a enxergar exatamente o quê? Eu me pergunto.
As terapias, e quando integradas, são olhos bons, pois mediante tantas notícias ameaçadoras à segurança emocional, que abala os nervos e gera desconfiança, medo, pânico, apegos a coisas e pessoas, como se fossem sumir, morrer, desaparecer, abrem, através da expansão da consciência com segurança, uma porta de equilíbrio para quem faz uso delas. No livro “Ensaio sobre a cegueira”, o Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago, descreve uma situação bem bizarra: as pessoas acordavam cegas e só uma delas podia ver. E discorre sobre o que isso representa a nossa condição humana. A percepção de uma situação que vivemos no dia a dia pode ser a mesma por anos. E quando, normalmente, passamos a ver de forma diferente algo em nossa vida cotidiana, quase nunca é por vontade própria, mas, por necessidade. Uma tragédia, uma doença, o fim de um relacionamento, uma perca de emprego, força-nos a vermos diferente a nossa vida. Denomino de bons olhos aquilo que pode nos ajudar a obter solução para viver de forma melhor do que antes, pois, hoje, percebo que há uma visão com tendência a solução paliativa ou imediatista, o que a médio ou longo prazo mostra-se prejudicial a saúde, ao convívio social, a alma, ao equilíbrio em geral, como por exemplo, um prolongado uso de medicamentos. Trata o sintoma e desconhece a causa.
As terapias integradas são importantes como recurso eficaz a retomada de uma vida estável, sem sobressaltos, mas com vitalidade, ou seja, capacidade de reagir com assertividade, sem desenvolver sintomas. As terapias representam saída e prevenção a desarrumação do mundo a nossa volta.
As Psicoterapias, análise, psicanálise, constelações sistêmicas, quando integrativas, ajudam a organizar internamente a capacidade de reagir, positivamente, às ameaças a que somos constantemente submetidos. Torna-se preocupante quando o movimento de luta ou fuga, naturais na condição animal, aparece como agressividade, por medo, e depressão, por não aceitação da incapacidade de resolver algo, por exemplo. Tudo e todos tornam-se iminentes inimigos, porque generalizar e distorcer a realidade, para pior, passa a ser de vital necessidade emocional.
Que possamos, cada vez mais, integrar no sistema novas e boas opções de tratar, sanar, transmutar, e curar a repetição da apatia ou da ação desordenada que gera violência por cegueira. Cegueira como desconhecimento das terapias que ajudam a viver sem absorver a energia das ações concretas de um sistema doente. Bons ventos lhe tragam a esse horizonte de possibilidades.,
Shirley Freitas do Carmo
É Psicóloga, Trainner em Programação Neurolinguística (Pnl), Consteladora Sistêmica e Thetahealing.
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